sábado, 7 de maio de 2011

Do meu cultivo

Pra matar a saudade,
enterrei-a feito grão.
Amanhei a terra com poesia
Areei com minhas canções,
Temperei de adubo,
água e sol de tinta fresca
volta e meia conferida

Veio o broto e a esperança.
Agora é paciência.
Paciência, nosso tempo é curto
e já nós cresce a nossa presença.

.de 04.05.2011.

domingo, 13 de março de 2011

Das mudanças da vida

Basta dizer não
Para que comece uma nova estação.

Fico no sim
E continuo naquele outono sem fim.

.de 13.03.2011.

Do Anúncio

Amanhã pode anunciar
Na radio, no jornal
Colado em poste de rua
Anuncie para todos
Com letra bem grande
Em garrafais

Diga que:
“Eu mandei publicar
Para fulaninho ficar bem ciente
Que o coração dele caiu fora do lixo
Ainda continua imprestável, mal lavado
Sem qualquer utilidade
Só está no lugar errado”.

Se perguntarem
Fala que não se trata de amor
Nem de amizade, nem de desprezo
Fala que eu simplesmente quis jogar o coração dele fora
E que o anuncio é um certificação pública
Da minha fraqueza por amores vagabundos.

.de 13.01.2011.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Do proibido e reprimido

De ombro
te vejo por cima e de lado
sapeco desejo de um beijo roubado.
Me escondo, me fecho
te acho; me encaixo?
E sinto a distância de dois lados apertados.

...e o que escorrega
sobe e em cima te almejo.
Saudades
Ausente
Distante
Um cheiro meu desejante.

.de 03.01.2011.